quinta-feira, 7 de outubro de 2010

NOTÍCIAS DO MERCADO AUDIOVISUAL


07/10/2010

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O “CURTA CRIATIVO” ENTREVISTA CLEMENTINO JUNIOR – PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE DOCUMENTARISTAS E CURTA-METRAGISTAS DO RIO (ABDEC-RJ).

Clementino Junior, Presidente da Associação de Documentaristas e Curta-Metragistas do Rio (ABDeC-RJ), falou sobre o futuro das produções de curta-metragem e deu dicas para os jovens cineastas que estão pensando em participar deste novo Mercado Audiovisual:

1.    Quais são os projetos desenvolvidos pela ABDeC-RJ para incentivar os curtas-metragistas e documentaristas do Rio?

Clementino Junior: A Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-Metragistas – Seção Rio de Janeiro - é uma associação de classe e nossa função no momento é acompanharmos e participarmos ativamente da política cultural para o curta-metragem e o documentário. Além de incentivar iniciativas regionais que abram janelas de exibição e valorizem esses gêneros cinematográficos.

2.    Como você avalia o mercado de curta-metragem no Brasil? Você acha que ele está mais ativo?

Clementino: Atividade não significa reconhecimento. O curta-metragem no momento encontra nos festivais de cinema e vídeo sua principal janela de exibição. Por enquanto o curta-metragem, seja obra em película ou digital, ainda é considerado um subproduto na indústria de produção audiovisual.
Porém a internet está caminhando ainda para se tornar uma janela importante para exibição de filmes. Assim como os celulares, a internet tem se tornado um ótimo espaço para obras feitas para exibição em baixa resolução,. “A tendência é pensarmos qual o papel que o curta-metragem terá neste novo momento, e ele tem chances de se tornar o padrão.”

domingo, 26 de setembro de 2010

NOTÍCIAS DO MERCADO AUDIOVISUAL

26/09/2010

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http://catracalivre.folha.uol.com.br/2010/08/festival-promove-discussao-sobre-o-formato-no-mercado-audiovisual/

Festival promove discussão sobre o formato no mercado audiovisual

da Redação em 20/08/10
Iniciativa inédita é a realização do Curta & Mercado – Seminário de Comercialização de Conteúdos Audiovisuais de Curta Duração, de 23 a 25 de agosto, das 10h às 18h, na Cinemateca Brasileira. Organizado pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, ABD Nacional e Associação Cultural Kinoforum, a programação do Seminário discute a viabilidade comercial de conteúdos audiovisuais de curta-duração, propõe aprofundar o entendimento sobre os formatos mais adequados à sua comercialização e trata dos modelos de negócio que possam tornar a produção brasileira acessível ao público nas múltiplas janelas existentes atualmente — das salas de cinema e emissoras de televisão à tela do celular.
O Seminário será composto por três mesas de debate, duas palestras e um painel. As mesas terão os temas: Multiplataforma – Tempo e Formatos para Conteúdos de Curta Duração; Modelos de Negócios para Difusão do Curta–Metragem; e Políticas Públicas e o Mercado do Curta no Século 21.
As palestras versarão sobre o tema Indústria Criativa e Mercado, e serão ministradas por Ana Carla Fonseca, economista e especialista em economia da cultura e Alain Rocca, um dos maiores produtores franceses de curtas-metragens, que trará um estudo realizado na França sobre a economia do curta-metragem.
O painel trará relatos de experiências consolidadas sobre as políticas comerciais e institucionais dos participantes a partir do tema Iniciativas de Comercialização de Conteúdos de Curta Duração. As inscrições para participar do seminário podem ser feitas no blog do evento.

NOTÍCIAS DO MERCADO AUDIOVISUAL

22/09/2010

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http://br.hsmglobal.com/editorias/celular-sera-grande-midia-do-futuro

Celular será a grande mídia do futuro

Telefonia móvel cresce e, em breve, o setor estará preparado para o mobile marketing. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) revelou no início de janeiro que o número de celulares habilitados no Brasil cresceu 21,08% em 2007. Foi o ano de maior sucesso da telefonia móvel no Brasil desde 1990, quando o serviço foi instalado. O País ultrapassou a marca dos 120 milhões de celulares habilitados. Os números mostram um mercado em franca expansão. Mas, apesar do seu alcance, o uso do celular como mídia ainda é incipiente no Brasil. Só que este cenário deve mudar nos próximos anos. Profissionais do mercado acreditam que esta será a grande mídia do futuro.
"O celular é uma mídia nova, que tem muito para evoluir", acredita Ricardo Cavallini, diretor de mídia da F/Nazca S&S. As operadoras ainda têm receio. O setor necessita amadurecer. "Estamos no começo dessa transição, mas é inegável que será um dos meios mais importantes se não for o mais", avalia.
Ele destaca que é necessário trabalhar a funcionalidade dos aparelhos, mas, mesmo assim, ressalta a amplitude do uso do celular como mídia. "Ele tem muitas frentes, desde a mais básica, com o vídeo publicitário, até o seu uso para ver vídeos que vai ser facilitado com a terceira geração e a TV digital. Só que levará um tempo para acontecer, os aparelhos ainda não estão aptos para isso".
Ele acredita ainda que a TV Digital terá alta penetração no celular, o que mudará o perfil da audiência, quando, por exemplo, chegar na classe C, "com as pessoas assistindo à TV em seus celulares no ônibus, indo para o trabalho". A internet no celular também evoluirá. "Todo o poder que o consumidor tem na internet, em casa, passará a ter na rua. Mais poderoso que levar as pessoas para a internet será levar a internet para as ruas com o celular".
Cavallini também destaca o uso do celular como interface no ponto-de-venda. "Já temos hoje muitas ações com bluetooth, mas ele permitirá que o consumidor fale com o ponto-de-venda, pague com o celular".
Mudanças A
Oi já tem um sistema que permite o uso do celular como cartão de crédito. Cavallini diz que já existem outras iniciativas nesse sentido sendo desenvolvidas. Ele acha que 2008 ainda não será o ano do celular. "Mas acredito que muita coisa se consolidará para que vejamos mudanças em 2009, um ano que poderá ser muito bom para trabalharmos o mobile marketing como um todo".

 

NOTÍCIAS DO MERCADO AUDIOVISUAL

20/09/2010

Capa do Mês Denise Duarte em entrevistas

eu no trem 2
1) O Site Roteiros On-Line é de grande importância para todos do mercado, você dirigi o site sozinha ou tem colaboradores?
R: Sim, eu comando sozinha o site desde 2001, ano de sua criação. Não tenho atualizado com regularidade, como fazia antigamente. Mas ele foi realmente pioneiro em divulgar informações diversas para quem estava começando na área. E também ajudou a lançar nomes de diversas pessoas que estavam lecionando cursos de roteiro pela primeira vez ou de instituições que estavam começando a organizá-los. Hoje, muitos profissionais e escolas que são referência em cursos na área começaram divulgando suas atividade no Roteiros On Line. A idéia do site surgiu a partir do momento que comecei a estudar roteiros. Observei que havia uma dificuldade incrível em se achar referências de livros, cursos, profissionais, dicas de como registrar um roteiro, etc. Então, decidi juntar em um só lugar, em um site, todas as informações esparsas que obtinha, no intuito de dividir com quem estava começando. E deu muito certo, o site virou um sucesso. Depois, no rastro da idéia lançada no Roteiros On Line surgiram outros sites mais modernos e melhor estruturados, com equipes voltadas a também divulgar informações na área. Enfim, o embrião foi se desenvolvendo juntamente com a demanda crescente por informações, num momento em que o mercado do audiovisual no Brasil começava a se reerguer, em fins dos anos 90 e início dos anos 2000, depois de um longo período de relativa estagnação. Emergia o período da retomada da produção (com o Cinema da Retomada), e com ela também eclodia a busca por formação de mão-de-obra em audiovisual. Houve uma expansão de cursos, não somente cursos livres, mas também promovidos por entidades de ensino superior, tanto públicas quanto privadas, em nível de graduação e pós-graduação. Todo esse movimento gerou também outro fenômeno, igualmente muito bem-vindo: a partir dos anos 2000 verifica-se uma grande onda de publicações em cinema e televisão, tanto de autores nacionais como importantes traduções, voltadas para estudantes e professores da área. A produção audiovisual também se intensificou, assim como começaram a surgir os primeiros concursos para roteiros em nível institucional. Acho que o Roteiros On Line foi importante naquele momento, quando muita gente queria fazer roteiros, mas não sabia onde achar informações. Naquela época, o site também cumpriu um papel aglutinador: formou um dos pioneiros grupos de discussão no Yahoo focado basicamente em roteiros. Isso aproximou muita gente, que antes estava dispersa, sem orientação. Além do que, o espaço virou um lugar para troca não somente de informações, como também de experiências. E muitos outros grupos se formaram e continuam se constituindo a partir do grupo Roteiros On Line no Yahoo. O grupo continua super ativo, com muita troca de informação atualizada diariamente. Quem quiser participar, basta acessar o link http://groups.yahoo.com/group/roteirosonline. E há também a comunidade no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=290056
2) Já pensou  em ter uma agencia de roteiristas?
R: Não. Em verdade, esse é o desejo do mercado, dos roteiristas, principalmente dos iniciantes, de ter uma agência por aqui, como há em outros países. Acredito que com essa demanda naturalmente apareça o papel do agente futuramente no Brasil. É uma necessidade e um passo importante para inserção do roteirista no mercado de trabalho. Mas eu não penso em assumir uma responsabilidade como essa. Hoje me dedico mais às minhas atividades acadêmicas. Amo dar aulas.
3) Qual melhor agente de Roteiristas na atualidade?
R: Eu não saberia te dizer. Nos Estados Unidos, a Writers Guild of America, West (WGAW), presta diversos serviços ao roteirista, incluindo uma listagem de agentes. Para os interessados, vale uma visita ao site da WGAW: http://www.wga.org/
4) Como vê o Mercado para quem  esta começando?
R: Difícil por um lado e promissor por outro. Difícil para o roteirista de cinema iniciante, justamente pela ausência de uma figura intermediária (o agente, falado anteriormente) entre ele e o diretor ou o produtor. E difícil também pelas oportunidades ainda muito restritas. Talvez o roteirista iniciante voltado para cinema seja aquele que encontre maior dificuldade de inserção. Já para o roteirista iniciante de televisão e outras mídias o mercado apresenta maiores oportunidades. Há concursos públicos para diversos órgãos que produzem documentários e demais programas televisivos em nível institucional, além de emissoras privadas que precisam de roteiristas para seus programas diversos. No caso das telenovelas, o roteirista também vai encontrar obstáculos, porque ainda são poucos os canais de tv que as produzem e o sistema de ingresso, consequentemente, ainda é restrito. E existe também a figura do roteirista para outras mídias, mercado em constante mutação e muito promissor. Voltando à questão do cinema, apesar de toda a dificuldade vemos cada vez mais roteiristas escrevendo seus roteiros de curtas e passando também à direção dos mesmos, mais tarde migrando para a confecção de seus próprios longas. A figura do autor/produtor/diretor é um fenômeno mundial observado desde o surgimento do cinema. Um caminho para aqueles que desejam transcender as dificuldades de inserção no mercado e também para os que querem ver suas obras exibidas sem interferências.
5) Você tem assessoria para profissionais, fale dela.
R: É uma consultoria em roteiro. O roteirista apresenta seu roteiro e vamos discutindo em encontros semanais. Dou sugestões, sempre procurando respeitar a idéia original, observando a estrutura, principalmente, tempo narrativo e demais elementos do roteiro. É um trabalho muito bacana, porque envolve troca. De todos os alunos que tive até hoje, lembro-me de um em especial, que morava (e mora) na Irlanda. No caso de pessoas que residem fora do Rio, a consultoria é on-line, feita via programa de voz e/ou imagem, como skype, gtalk, msn. Então, nos falávamos uma vez por semana, sempre lapidando o roteiro. O aluno irlandês se destacou pela facilidade com que cortava o próprio roteiro. Ele não tinha pena em tirar cenas inteiras, às vezes sequencias completas, sempre repensando o que tinha escrito. E lia vorazmente as bibliografias que eu lhe indicava. Também líamos e discutíamos roteiros em conjunto, muitos de filmes atuais, sempre com o intuito de observar os recursos adotados por diferentes roteiristas. (Os roteiros de filmes atuais e antigos também estão disponíveis em vários endereços na internet, principalmente no site Cinema em Cena, http://www.cinemaemcena.com.br – porém, deve-se observar que não se sabe ao certo em qual tratamento o roteiro está disponibilizado). Enfim, consultorias e cursos constituem-se em algo enriquecedor não só para o roteirista, mas também para o professor. É uma via de mão dupla.
6) Quais livros você indica como livro de cabeceira para roteiristas?
R: Eu indico livros que falem sobre construção de personagens. Ela é o recheio de todo bom roteiro. Mesmo nos canais do youtube e em outros locais virtuais, observa-se que as pessoas não estão procurando por vídeos com recursos técnicos mirabolantes, mas por histórias bem contadas. O que chama atenção da audiência ainda é a essência do que é exibido. Um exemplo é o novo fenômeno da internet, um rapaz franzino e genial de nome PC, que criou o canal Maspoxavida no youtube, recordista em acessos. O garoto, em no máximo dez minutos, fala sobre coisas corriqueiras de seu dia-a-dia, mas de um modo muito original e com uma verdade tocante, utilizando-se do corte, da crítica ácida e inteligente e da auto-crítica de uma forma absolutamente autêntica. A empatia com aquele nerd é imediata. Porque acima de tudo, ele é, por si só, um ótimo personagem. PC é capaz de nos fazer parar para vemos seus vídeos em sequencia, quase todos mostrando apenas sua imagem na tela em plano próximo. Ele é um grande exemplo de que boas histórias e bons personagens são a sustentação de qualquer criação em audiovisual. Por isso, respondendo a sua pergunta, indico os livros de Joseph Campbell e de Christopher Vogler como obras de cabeceira para todo roteirista. Campbell, com suas obras O Herói de Mil Faces, O Poder Do Mito: Joseph Campbell Com Bill Moyers e As Máscaras, estudou profundamente a mitologia e construiu obras que dão sustentação a sólidas construções de personagens. Vogler sistematizou os estudos de Campbell em A Jornada do Escritor: Estruturas Míticas para Escritores (Nova Fronteira, 2006), um guia essencial para estudos de roteiristas. E indico ainda a boa literatura como livro de cabeceira para roteiristas, que é sempre inspiradora, incluindo livros que tenham sido adaptados para as telas de cinema.
Por Sandra Camillo
Revista Podcultura